Espaço das Leituras

sábado, 4 de junho de 2011

O Mito de Anteu e a poética de Cesário Verde

De acordo com a mitologia, Anteu, filho da Gea (Terra) e de Posídon, era um gigante muito possante, que vivia na região de Marrocos, e que era invencível enquanto estivesse em contacto com a mãe-terra. Desafiava todos os recém-chegados em luta até à morte. Vencidos e mortos, os seus cadáveres passavam a ornar o templo do deus do mar, Posídon. Hércules, de passagem pela Líbia, entrou em combate contra Anteu e, descobrindo o segredo da sua invencibilidade, conseguiu esmagá-lo, mantendo-o no ar.
Em Cesário Verde, o campo, ou melhor, a terra, apresenta-se salutar e fértil. Afastado da terra da sua infância, como recorda no poema Em Petiz, e enfraquecido pela cidade doente, o poeta reencontra a energia perdida quando volta para o campo. Por isso, também, como refere em Nós, desde as epidemias que grassaram em Lisboa, a sua família passou a encontrar no espaço rústico o retempero das suas forças "desde o calor de maio aos frios de novembro".
É dentro desta concepção de uma terra que revitaliza que podemos encontrar o mito de Anteu, a que se refere Andrée Crabbé Rocha, num ensaio publicado em 1986, sobre o mito na poesia de Cesário Verde.
O mito de Anteu permite caracterizar o novo vigor que se manifesta quando há um reencontro com a origem, com a mãe-terra. É assim que se pode falar deste mito em Cesário Verde na medida em que o contacto com o campo parece reanimá-lo, dando-lhe forças, energias, saúde. O mito de Anteu surge em Cesário para traduzir o esgotamento gerado pelo afastamento da terra, do espaço positivo do campo. Daí, o seu encantamento com o cabaz da pequena vendedeira que lhe traz o campo à cidade, na vitalidade e no colorido saudável dos produtos que lhe permitem recompor um corpo humano, ou seja, que possibilitam renovar as energias.

O Impressionismo

   O Impressionismo é um movimento artístico surgido na França no século XIX que criou uma nova visão conceptual da natureza utilizando pinceladas soltas e realçando a luz e o movimento. Geralmente as telas eram pintadas ao ar livre para que o pintor pudesse capturar melhor as nuances da luz e da natureza.
    A arte alegre e vibrante dos impressionistas enche os olhos de cor e luz. A presença dos contrastes, da natureza, transparências luminosas, claridade das cores, sugestão de felicidade e de vida harmoniosa transparece nas imagens criadas pelos impressionistas. O Impressionismo mostra a graciosidade das pinceladas, a intensidade das cores e a sensibilidade do artista, que em conjunto emocionam quem contempla as suas obras.

Curiosidade: Os impressionistas retratam nas suas telas os reflexos e os efeitos que a luz do sol produz nas cores da natureza. A fonte das cores está nos raios do sol. Uma mudança no ângulo destes raios implica a alteração de cores e tons. É comum um mesmo motivo ser retratado diversas vezes no mesmo local, porém com as variações causadas pela mudanças nas horas do dia e nas estações ao longo do ano.
Pintando directamente na tela branca, utilizando somente cores puras sobrepostas, geralmente sem misturá-las, os impressionistas procuram obter a vibração da luz, o aspecto momentâneo da vida, fugaz momento da luz e da sensibilidade, acto de amor entre artista e o mundo, despido de toda e qualquer eventualidade exterior às suas motivações mais profundas.

Os principais representantes do impressionismo foram Monet, Manet, Renoir, Degas, Camile Pissaro, Alfred Sisley, Vincent Van Gogh, Cézanne, Caillebotte, Mary Cassatt, Boudin (professor de Monet), Morisot, entre outros.



Claude Monet (1840-1926)



 

Édouard Manet (1832-1883)



Edgar Degas (1834-1917)




Pierre-Auguste Renoir (1841-1919)



Reflectindo…

A relevância da pintura impressionista deixa de assentar no tema para dar lugar ao modo como o artista capta o momento do tema. "Tratar um tema pelas suas tonalidades e não pelo próprio tema é o que distingue os impressionistas dos outros pintores".
Citando a variedade cromática da luz solar, os impressionistas passam a fixar directamente na tela as cores puras, deixando de as misturar previamente, passam a utilizar o preto como cor autónoma, e eliminam a linha de contorno para definir o espaço e as separações entre as imagens fazendo da paisagem o seu tema fundamental.

domingo, 8 de maio de 2011

Simbologia em "Os Maias"

- Carlos da Maia
- O Ramalhete, bem como as suas obras de restauro a mandado de Carlos
- O quintal do Ramalhete
- O cedro e o cipreste
- A estátua de Vénus
- A Toca

Em Os Maias estão também contidos símbolos cromáticos:

 - A cor vermelha tem um carácter duplo, Maria Monforte e Maria Eduarda são portadoras de um vermelho feminino, despertam a sensibilidade à sua volta; espalham a morte. O vermelho é, portanto, o símbolo da paixão excessiva e destruidora.o vermelho da vila Balzac é muito intenso, indicando a dimensão essencialmente carnal e efémera dos encontros de amor de Ega e Raquel Cohen. 
- O tom dourado está também presente, indicando a paixão ardente; anunciando a velhice (o Outono), a proximidade da morte. 
- Morte prefigurada pela cor negra, símbolo de uma paixão possessiva e destruidora.          




Os Maias - Eça de Queirós

Personagens:


Afonso da Maia

-Provavelmente a personagem mais simpática do romance.
-Sem defeitos.
-Carácter, culto e requintado nos gostos.
-Partidário das ideias liberais, ama o progresso.
-Generoso para com os amigos e os necessitados
-Ama a natureza.
-Altos princípios morais de que não abdica
-Pertencente à alta sociedade

Maria Eduarda Runa
-Oposição em termos ideias e sociais relativamente a Afonso
-Mulher de caprichos
-Ideais religiosos (educação Pedro com apoio padre Vasques)

Pedro da Maia
-Enorme beleza física, parecenças físicas e psicológicas com Mª Eduarda Runa (condicionalismo para Afonso)
-enorme instabilidade emocional que deixa entrever uma psique pouco equilibrada, fruto da hereditariedade não corrigida pela educação.
-Cobardia moral (sua reacção de suicídio face à fuga da mulher)

Carlos Eduardo da Maia
-Protagonista da História
-Rico, bem-educado, adivinha-se que seja culto, de gostos requintados, em contraposição a seu pai Pedro da Maia, como resultado de uma educação à Inglesa.
-Gentleman, corajoso, frontal.
-Amigo do seu amigo, generoso.

Maria Monforte
-Fã dos jogos de sedução
-Formosa, doida, excessiva.
-Pessoa séria e responsável aquando o nascimento de Maria Eduarda
-Leviana e nada moral, é nela que radicam todas as desgraças da família Maia (o drama em causa)

Maria Eduarda:
-Bela mulher: alta, loira, bem-feita, sensual e delicada 
-Era bastante simples na maneira de vestir.
-Nunca é criticada, 
-Personagem delineada em poucos traços
-Passado quase desconhecido o que contribui para o aumento e encanto que a envolve. 
-Caracterização feita através do contraste entre si e as outras personagens femininas, e ao mesmo tempo, chega-nos através do ponto de vista de Carlos da Maia, para quem tudo o que viesse de Maria Eduarda era perfeito.

João da Ega: 
-"um vidro entalado no olho"
 -"nariz adunco, pescoço esganiçado, punhos tísicos, pernas de cegonha"
-É a projecção literária de Eça de Queirós. 
-É um personagem contraditório. Por um lado, romântico e sentimental, por outro, progressista e crítico, sarcástico do Portugal Constitucional. 
-Amigo íntimo de Carlos desde os tempos de Coimbra, onde se formara em Direito (muito lentamente).               -Boémio, excêntrico, exagerado, caricatural, anarquista sem Deus e sem moral. 
-É leal com os amigos. 
-Sofre de diletantismo. 
-Um falhado, corrompido pela sociedade. 
-Encarna a figura defensora dos valores da escola realista por oposição à romântica. 


Eusébiozinho
 -O oposto de Carlos (lado negativo) no que respeita à educação
-Doentio, mergulhado nas educações da sua mãe e tia.




Reflectindo...

Em Os Maias podemos encontrar inúmeras personagens, muitas delas sem grande importancia, designadas figurantes. Encontramos ainda as personagens principais como Afonso da Maia, Pedro da Maia, Carlos da Maia, Maria Eduarda e Maria Monforte. Como personagens planas e/ou tipo encontramos João da Ega, Eusébiozinho, Alencar, Dâmaso Salcede, Craft, Cruges, entre outros... 

Nota: 
- Personagem plana ou desenhada: estática, sem evolução, sem grande vida interior; por outras palavras: a personagem plana comporta-se da mesma forma previsível ao longo de toda a narrativa.
- Personagem-tipo: representa um grupo profissional ou social.

Os Maias - Eça de Queirós

      A acção de "Os Maias" passa-se em Lisboa, na segunda metade dos séc. XIX. Conta-nos a história de três gerações da família Maia.
      A acção inicia-se no Outono de 1875, altura em que Afonso da Maia, nobre e rico proprietário, se instala no Ramalhete. O seu único filho – Pedro da Maia – de carácter fraco, resultante de um educação extremamente religiosa e proteccionista, casa-se, contra a vontade do pai, com a negreira Maria Monforte, de quem tem dois filhos – um menino e uma menina. Mas a esposa acabaria por o abandonar para fugir com um Napolitano, levando consigo a filha, de quem nunca mais se soube o paradeiro. O filho – Carlos da Maia – viria a ser entregue aos cuidados do avô, após o suicídio de Pedro da Maia.
      Carlos passa a infância com o avô, formando-se depois, em Medicina em Coimbra. Carlos regressa a Lisboa, ao Ramalhete, após a formatura, onde se vai rodear de alguns amigos, como o João da Ega, Alencar, Damaso Salcede, Palma de Cavalão, Euzébiozinho, o maestro Cruges, entre outros. Seguindo os hábitos dos que o rodeavam, Carlos envolve-se com a Condessa de Gouvarinho, que depois irá abandonar. Um dia fica deslumbrado ao conhecer Maria Eduarda, que julgava ser mulher do brasileiro Castro Gomes. Carlos seguiu-a algum tempos sem êxito, mas acaba por conseguir uma aproximação quando é chamado Maria Eduarda para visitar, como médico a governanta. Começam então os seus encontros com Maria Eduarda, visto que Castro Gomes estava ausente. Carlos chega mesmo a comprar uma casa onde instala a amante.
Castro Gomes descobre o sucedido e procura Carlos, dizendo que Maria Eduarda não era sua mulher, mas sim sua amante e que, portanto, podia ficar com ela.
      Entretanto, chega de Paris um emigrante, que diz ter conhecido a mãe de Maria Eduarda e que a procura para lhe entregar um cofre desta que, segundo ela lhe disse, continha documentos que identificariam e garantiriam para a filha uma boa herança. Essa mulher era Maria Mão Forte – a mãe de Maria Eduarda era, portanto, também a mães de Carlos. Os amantes eram irmãos...
      Contudo, Carlos não aceita este facto e mantém abertamente, a relação – incestuosa – com a irmã. Afonso da Maia, o velho avô, ao receber a notícia morre desgosto. Ao tomar conhecimento, Maria Eduarda, agora rica, parte para o estrangeiro; e Carlos, para se distrair, vai correr o mundo.
      O romance termina com o regresso de Carlos a Lisboa, passados 10 anos, e o seu reencontro com Portugal e com Ega, que lhe diz: - "falhamos a vida, menino!".



domingo, 1 de maio de 2011

Publicidade - Institucional e Comercial



  
A publicidade pode ser definida como a comunicação, feita por indivíduos, empresas ou organizações, através de diversos meios (papel, audiovisual, Internet, etc.) com o objectivo de promover a venda de produtos e de serviços ou de divulgar ideias e incutir comportamentos.

Neste caso, quando a publicidade não tem fins lucrativos e é conduzida com o objectivo social de utilidade pública ou de interesse geral, formando ou informando as pessoas,  fala-se em  «institucional».
Quando o objectivo é persuadir o destinatário a adquirir determinhado produto, fala-se em " comercial".

O Código da Publicidade

No âmbito da disciplina de português é suposto ser leccionado o tema da "Publicidade" mas para não ser um tema exaustivo apenas mencionei anteriormente os tipos de publicidade e agora irei falar-vos acerca de uma parte do código da publicidade, que achei mais interessante para apresentar como forma de curiosidade, que é preciso respeitar ao fazê-la.




Artigo 17º (Bebidas alcoólicas)

1 - A publicidade a bebidas alcoólicas, independentemente do suporte utilizado para a sua difusão, só é consentida quando:

a) Não se dirija especificamente a menores e, em particular, não os apresente a consumir tais bebidas;

d) Não encoraje consumos excessivos;

e) Não menospreze os não consumidores;

f) Não sugira sucesso, êxito social ou especiais aptidões por efeito do consumo;

g) Não sugira a existência, nas bebidas alcoólicas, de propriedades terapêuticas ou de efeitos estimulantes ou sedativos;

h) Não associe o consumo dessas bebidas ao exercício físico ou à condução de veículos;

i) Não sublinhe o teor de álcool das bebidas como qualidade positiva.



2 - É proibida a publicidade de bebidas alcoólicas, na televisão e na rádio, entre as 7 e as 21 horas e 30 minutos.




sábado, 19 de fevereiro de 2011

Caricaturas - Uma forma de expressão

Caricatura é um desenho de um personagem da vida real, tal como políticos e artistas. Porém, a caricatura enfatiza e exagera as características da pessoa de uma forma humorística, assim como em algumas circunstâncias acentua gestos, vícios e hábitos particulares em cada indivíduo.

Nota: Um bom humorista, deve possuir um forte poder de observação e de reflexão, sobre as feições e carácter do Homem ou, do que vai representar.
















          Síntese da imagem de um povo, de um Zé Ninguém, porque o ser ninguém é ser tudo.

Zé Povinho, Raphael Bordalo Pinheiro






"Os Maias" de Eça de Queiroz - Introdução

A começar não por um tipo, mas por uma casa, mais exactamente a "casa que os Maias vieram habitar em Lisboa, no Outono de 1875", que surge, penumbrosa e prenunciadora, logo na primeira frase do livro, e que era conhecida como a casa do ramalhete "ou, mais simplesmente, o Ramalhete". Então, lemos, já encantados: "Apesar deste fresco nome de vivenda campestre, o Ramalhete, sombrio casarão de paredes severas, com um renque de estreitas janelas de ferro no primeiro andar, e por cima uma tímida fila de janelinhas abrigadas à beira do telhado, tinha o aspecto tristonho de residência eclesiástica que competia a uma edificação dos tempos da Sra. D. Maria I; com uma sineta e com uma cruz no topo, assemelhar-se-ia a um colégio de jesuítas". Ai está o cenário da tragédia. O Ramalhete é, pela ordem de entrada, o primeiro personagem em cena, com suas paredes sempre fatais àquela antiga família da Beira, tão rica e tão infeliz.

                        http://www.youtube.com/watch?v=9_PDO8TZSS4

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Eça de Queiroz - Vida e Obra

Eça de Queiros nasceu a 25 de novembro de 1845 em Póvoa de Varzim , Portugal e Faleceu a 16 de agosto de 1900 - Paris, França. Era filho do Dr. José Maria Teixeira de Queirós, juiz do Supremo Tribunal de Justiça, e de sua mulher, D. Carolina de Eça. Matriculou-se na faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, completando a sua formatura em 1866.
Era amigo íntimo de Antero de Quental, com quem viveu fraternalmente, e com ele e outros formou uma ligação seleta e verdadeira agremiação literária para controvérsias humorísticas e instrutivas. Nessas assembléias entraram Ramalho Ortigão, Oliveira Martins, Salomão Saraga e Lobo de Moura. Estabeleceram-se então, em 1871, as notáveis Conferências Democráticas no Casino Lisbonense. Decidindo-se a seguir a carreira diplomática, foi a um concurso em 21 de Julho de 1870, sagrando-se o primeiro colocado e, em 1872, obteve a nomeação de cônsul geral de Havana, para onde partiu.
         Eça de Queirós era casado com a Sr.ª D. Emília de Castro Pamplona, irmã do conde de Resende. É, ainda nos dias que correm, o maior representante da prosa realista em Portugal. Grande renovador do romance , abandonou a linha romântica , e estabeleceu uma visão critica da realidade. Afastou-se do estilo clássico, deu à frase uma maior simplicidade , mudando a sintaxe e inovando na combinação das palavras. Introduziu neologismos e, principalmente utilizou o adjetivo de maneira inédita e expressiva.


Obras de Eça de Queiroz:

O Crime do Padre Amaro , 1876.
O Primo Basílio , 1878.
O Mandarim , 1880.
A Relíquia , 1887.
Os Maias , 1888.
A Ilustre Casa de Ramires , 1900.
Correspondência de Fradique Mendes , 1900.
A Cidade e as Serras , 1901.
Prosas Bárbaras , 1903.
                  

                                

“Geração de 70” e a “Questão Coimbrã”

A "Geração de 70" foi um movimento académico de Coimbra que veio revolucionar várias dimensões da cultura portuguesa, da política à Literatura, onde a renovação se manifestou com a introdução do realismo.
Num ambiente vadio, na cidade universitária de Coimbra, Antero de Quental, Eça, Oliveira Martins, entre  outros jovens intelectuais, reuniam-se para trocar ideias, livros e formas para restauração da vida política e cultural portuguesa, que estava a viver uma autêntica revolução com os novos meios de transportes ferroviários, que traziam todos os dias novidades do centro da Europa, influenciando esta geração para as novas ideologias.
Em Coimbra, este Grupo gerou uma controvérsia, conhecida por “questão coimbrã”, em torno do confronto literário, com os ultra-românticos do "Bom senso e Bom gosto". Mais tarde, já em Lisboa, reuniam-se no Casino Lisbonense, para discutir os temas de cada reunião, que acabou por ser interdita pelo governo.
Depois das reuniões, esta geração acabou por não conseguir fazer mais nada, muito menos executar os seus planos que revolucionariam o pais, e acabando por  considerarem-se "os vencidos da vida", que não conseguiram fazer nada com que se comprometeram.


Romantismo

Nasce na Alemanha, na Inglaterra e na Itália, mas é na França que ganha força e de lá se espalha pela Europa e pelas Américas. O Romantismo designa uma tendência geral da vida e da arte. O comportamento romântico caracteriza-se pelo sonho, pelo devaneio, por uma atitude emotiva, subjectiva, diante das coisas. O pensamento romântico vai muito além do que podemos ver; procura desvendar o que estamos sentindo. O Romantismo idealiza um universo melhor, defendendo a ideia da expressão do eu-lírico, onde prevalece o tom melancólico, falando de solidão e nostalgia. Opõe-se ao racionalismo e ao rigor do neoclassicismo. As suas obras valorizam: o individualismo, o sofrimento amoroso, a religiosidade cristã, a natureza, os temas nacionais, o passado.



Literatura romântica:
            - A poesia lírica é a principal expressão.
         - Também são frequentes os romances.
         - Frases directas, vocábulos estrangeiros, metáforas, personificação e comparação são características marcantes.
         - Amores irrealizados, morte e factos históricos são os principais temas.











Música romântica:
Os compositores procuram liberdade de expressão. Para isso…
         - Flexibilizam a forma e valorizavam a emoção;
         - Exploravam as potencialidades da orquestra e também cultivavam a interpretação a solo;
         - Resgatavam temas populares e folclóricos, que davam ao romantismo carácter nacionalista.



Pintura romântica:
Em Portugal, o romantismo manifestou-se também na pintura e na arquitectura. A evolução, na pintura, do neoclassicismo para o romantismo foi lenta e tormentosa, só tardiamente ganhou expressão entre nós. Não existiam mestres, o seu surgimento é o resultado do amor que os jovens artistas tinham à natureza, daí a sua definição do Romantismo na pintura ser difícil.


"O romantismo não se encontra nem na escolha dos temas nem em sua verdade objetiva, mas no modo de sentir. Para mim, o romantismo é a expressão mais recente e atual da beleza. E quem fala de romantismo fala de arte moderna, quer dizer, intimidade, espiritualidade, cor e tendência ao infinito, expressos por todos os meios de que as artes dispõem".



Auguste Roquemont ,Tomás da Anunciação, João Cristino da Silva e Metrass são outros nomes importantes da pintura romântica.

Arquitectura romântica:


A arquitectura do período romântico em Portugal surgiu, a par com a Europa, por via Inglesa. O monumento mais representativo do espírito romântico é o Palácio da Pena, em Sintra.



Freí Luis de Sousa

No início da leitura da obra Frei Luís de Sousa, foi pedido pela professora responsável pela disciplina de Português que elaborássemos um trabalho acerca desta obra. Assim, irei falar acerca de uma pequena parte de Frei Luís de Sousa, retirada do meu trabalho.
è  Dona Maria de Noronha;
è  Tempo em Frei Luís de Sousa:
            -Tempo histórico;
            -Tempo de representação;
            -Tempo representado;
            -Tempo da diegese dramática.
è  Simbologia temporal,
è  Sebastianismo.


Dona Maria de Noronha

è  Filha de D. Madalena de Vilhena e de Manuel de Sousa Coutinho.
è  Filha única – “É a minha única filha; não tenho… nunca tivemos outra…”
è  Tem treze anos – “Tem treze anos feitos…”
è  Personagem romântica, dominada pelos sentimentos.

Caracterização física:

è  Alta e Magra

Caracterização psicológica:

è  Frágil – “… não é uma criança muito… muito forte.”
è  Curiosa – “Que aquela criança está sempre a querer saber, a perguntar.”
è  Tuberculosa – “Naquele corpo tão franzino, tão delgado, que mais sangue há-de haver?”
è  Angelical – “Um anjo como aquele…”
è  Activa – “… Uma viveza…”
è  Inteligente – “ Maria tem uma compreensão…”
è  Meiga – “… A fazer-me tais meiguices.”
è  Bondosa – “… um anjo de tal formosura e bondade.”


Tempo em Frei Luís de Sousa

           
Tempo Histórico:
è  Batalha de Alcácer Quibir, 11 de Agosto de 1578
            “… o homem é herege, desta seita nova d'Alemanha ou d'Inglaterra.”

Tempo de Representação:
è  Um dia, sexta feira, 22 de Julho de 1599

Tempo Representado:
è  “ Há oito dias que estamos aqui nesta casa”

Tempo da diegese dramática:
è  “… D. João ficou naquela batalha (…) como durante sete anos (…) o fiz procurar.”


Simbologia temporal:

è  Sexta-feira – é um dia considerado azarado
            “ É no fim da noite” – característica romântica.
è  A permanência do número sete:
“ Sete anos de procura de D. João.”

Sebastianismo:

       O Sebastianismo é a convicção que D. Sebastião não morrera em Alcácer-Quibir e voltaria em breve, para reclamar o trono que lhe pertencia.
       Na obra Frei Luís de Sousa é feita uma crítica, através do Sebastianismo, ao Portugal da época, isto é, através das personagens Telmo e Maria, que representam o Portugal Velho, aquele que Almeida Garrett pretendia criticar, como um país que acredita profundamente que aquilo que ambiciona um dia vai acontecer, mas simultaneamente fica à espera que aconteça sem implicação da sua responsabilidade.

       Por outro lado, através da personagem Manuel de Sousa Coutinho, Garrett faz referência ao Portugal Novo, aquele que o escritor defende e ambiciona um Portugal futurista, moderno e prometedor, que perante situações incómodas e consideradas injustas, combate para as alterar, que ao contrário do Portugal Velho, não coloca a mudança na mão de outrem fá-lo de forma convicta, desafiando o que quer que seja.