Espaço das Leituras

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Caricaturas - Uma forma de expressão

Caricatura é um desenho de um personagem da vida real, tal como políticos e artistas. Porém, a caricatura enfatiza e exagera as características da pessoa de uma forma humorística, assim como em algumas circunstâncias acentua gestos, vícios e hábitos particulares em cada indivíduo.

Nota: Um bom humorista, deve possuir um forte poder de observação e de reflexão, sobre as feições e carácter do Homem ou, do que vai representar.
















          Síntese da imagem de um povo, de um Zé Ninguém, porque o ser ninguém é ser tudo.

Zé Povinho, Raphael Bordalo Pinheiro






"Os Maias" de Eça de Queiroz - Introdução

A começar não por um tipo, mas por uma casa, mais exactamente a "casa que os Maias vieram habitar em Lisboa, no Outono de 1875", que surge, penumbrosa e prenunciadora, logo na primeira frase do livro, e que era conhecida como a casa do ramalhete "ou, mais simplesmente, o Ramalhete". Então, lemos, já encantados: "Apesar deste fresco nome de vivenda campestre, o Ramalhete, sombrio casarão de paredes severas, com um renque de estreitas janelas de ferro no primeiro andar, e por cima uma tímida fila de janelinhas abrigadas à beira do telhado, tinha o aspecto tristonho de residência eclesiástica que competia a uma edificação dos tempos da Sra. D. Maria I; com uma sineta e com uma cruz no topo, assemelhar-se-ia a um colégio de jesuítas". Ai está o cenário da tragédia. O Ramalhete é, pela ordem de entrada, o primeiro personagem em cena, com suas paredes sempre fatais àquela antiga família da Beira, tão rica e tão infeliz.

                        http://www.youtube.com/watch?v=9_PDO8TZSS4

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Eça de Queiroz - Vida e Obra

Eça de Queiros nasceu a 25 de novembro de 1845 em Póvoa de Varzim , Portugal e Faleceu a 16 de agosto de 1900 - Paris, França. Era filho do Dr. José Maria Teixeira de Queirós, juiz do Supremo Tribunal de Justiça, e de sua mulher, D. Carolina de Eça. Matriculou-se na faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, completando a sua formatura em 1866.
Era amigo íntimo de Antero de Quental, com quem viveu fraternalmente, e com ele e outros formou uma ligação seleta e verdadeira agremiação literária para controvérsias humorísticas e instrutivas. Nessas assembléias entraram Ramalho Ortigão, Oliveira Martins, Salomão Saraga e Lobo de Moura. Estabeleceram-se então, em 1871, as notáveis Conferências Democráticas no Casino Lisbonense. Decidindo-se a seguir a carreira diplomática, foi a um concurso em 21 de Julho de 1870, sagrando-se o primeiro colocado e, em 1872, obteve a nomeação de cônsul geral de Havana, para onde partiu.
         Eça de Queirós era casado com a Sr.ª D. Emília de Castro Pamplona, irmã do conde de Resende. É, ainda nos dias que correm, o maior representante da prosa realista em Portugal. Grande renovador do romance , abandonou a linha romântica , e estabeleceu uma visão critica da realidade. Afastou-se do estilo clássico, deu à frase uma maior simplicidade , mudando a sintaxe e inovando na combinação das palavras. Introduziu neologismos e, principalmente utilizou o adjetivo de maneira inédita e expressiva.


Obras de Eça de Queiroz:

O Crime do Padre Amaro , 1876.
O Primo Basílio , 1878.
O Mandarim , 1880.
A Relíquia , 1887.
Os Maias , 1888.
A Ilustre Casa de Ramires , 1900.
Correspondência de Fradique Mendes , 1900.
A Cidade e as Serras , 1901.
Prosas Bárbaras , 1903.
                  

                                

“Geração de 70” e a “Questão Coimbrã”

A "Geração de 70" foi um movimento académico de Coimbra que veio revolucionar várias dimensões da cultura portuguesa, da política à Literatura, onde a renovação se manifestou com a introdução do realismo.
Num ambiente vadio, na cidade universitária de Coimbra, Antero de Quental, Eça, Oliveira Martins, entre  outros jovens intelectuais, reuniam-se para trocar ideias, livros e formas para restauração da vida política e cultural portuguesa, que estava a viver uma autêntica revolução com os novos meios de transportes ferroviários, que traziam todos os dias novidades do centro da Europa, influenciando esta geração para as novas ideologias.
Em Coimbra, este Grupo gerou uma controvérsia, conhecida por “questão coimbrã”, em torno do confronto literário, com os ultra-românticos do "Bom senso e Bom gosto". Mais tarde, já em Lisboa, reuniam-se no Casino Lisbonense, para discutir os temas de cada reunião, que acabou por ser interdita pelo governo.
Depois das reuniões, esta geração acabou por não conseguir fazer mais nada, muito menos executar os seus planos que revolucionariam o pais, e acabando por  considerarem-se "os vencidos da vida", que não conseguiram fazer nada com que se comprometeram.


Romantismo

Nasce na Alemanha, na Inglaterra e na Itália, mas é na França que ganha força e de lá se espalha pela Europa e pelas Américas. O Romantismo designa uma tendência geral da vida e da arte. O comportamento romântico caracteriza-se pelo sonho, pelo devaneio, por uma atitude emotiva, subjectiva, diante das coisas. O pensamento romântico vai muito além do que podemos ver; procura desvendar o que estamos sentindo. O Romantismo idealiza um universo melhor, defendendo a ideia da expressão do eu-lírico, onde prevalece o tom melancólico, falando de solidão e nostalgia. Opõe-se ao racionalismo e ao rigor do neoclassicismo. As suas obras valorizam: o individualismo, o sofrimento amoroso, a religiosidade cristã, a natureza, os temas nacionais, o passado.



Literatura romântica:
            - A poesia lírica é a principal expressão.
         - Também são frequentes os romances.
         - Frases directas, vocábulos estrangeiros, metáforas, personificação e comparação são características marcantes.
         - Amores irrealizados, morte e factos históricos são os principais temas.











Música romântica:
Os compositores procuram liberdade de expressão. Para isso…
         - Flexibilizam a forma e valorizavam a emoção;
         - Exploravam as potencialidades da orquestra e também cultivavam a interpretação a solo;
         - Resgatavam temas populares e folclóricos, que davam ao romantismo carácter nacionalista.



Pintura romântica:
Em Portugal, o romantismo manifestou-se também na pintura e na arquitectura. A evolução, na pintura, do neoclassicismo para o romantismo foi lenta e tormentosa, só tardiamente ganhou expressão entre nós. Não existiam mestres, o seu surgimento é o resultado do amor que os jovens artistas tinham à natureza, daí a sua definição do Romantismo na pintura ser difícil.


"O romantismo não se encontra nem na escolha dos temas nem em sua verdade objetiva, mas no modo de sentir. Para mim, o romantismo é a expressão mais recente e atual da beleza. E quem fala de romantismo fala de arte moderna, quer dizer, intimidade, espiritualidade, cor e tendência ao infinito, expressos por todos os meios de que as artes dispõem".



Auguste Roquemont ,Tomás da Anunciação, João Cristino da Silva e Metrass são outros nomes importantes da pintura romântica.

Arquitectura romântica:


A arquitectura do período romântico em Portugal surgiu, a par com a Europa, por via Inglesa. O monumento mais representativo do espírito romântico é o Palácio da Pena, em Sintra.



Freí Luis de Sousa

No início da leitura da obra Frei Luís de Sousa, foi pedido pela professora responsável pela disciplina de Português que elaborássemos um trabalho acerca desta obra. Assim, irei falar acerca de uma pequena parte de Frei Luís de Sousa, retirada do meu trabalho.
è  Dona Maria de Noronha;
è  Tempo em Frei Luís de Sousa:
            -Tempo histórico;
            -Tempo de representação;
            -Tempo representado;
            -Tempo da diegese dramática.
è  Simbologia temporal,
è  Sebastianismo.


Dona Maria de Noronha

è  Filha de D. Madalena de Vilhena e de Manuel de Sousa Coutinho.
è  Filha única – “É a minha única filha; não tenho… nunca tivemos outra…”
è  Tem treze anos – “Tem treze anos feitos…”
è  Personagem romântica, dominada pelos sentimentos.

Caracterização física:

è  Alta e Magra

Caracterização psicológica:

è  Frágil – “… não é uma criança muito… muito forte.”
è  Curiosa – “Que aquela criança está sempre a querer saber, a perguntar.”
è  Tuberculosa – “Naquele corpo tão franzino, tão delgado, que mais sangue há-de haver?”
è  Angelical – “Um anjo como aquele…”
è  Activa – “… Uma viveza…”
è  Inteligente – “ Maria tem uma compreensão…”
è  Meiga – “… A fazer-me tais meiguices.”
è  Bondosa – “… um anjo de tal formosura e bondade.”


Tempo em Frei Luís de Sousa

           
Tempo Histórico:
è  Batalha de Alcácer Quibir, 11 de Agosto de 1578
            “… o homem é herege, desta seita nova d'Alemanha ou d'Inglaterra.”

Tempo de Representação:
è  Um dia, sexta feira, 22 de Julho de 1599

Tempo Representado:
è  “ Há oito dias que estamos aqui nesta casa”

Tempo da diegese dramática:
è  “… D. João ficou naquela batalha (…) como durante sete anos (…) o fiz procurar.”


Simbologia temporal:

è  Sexta-feira – é um dia considerado azarado
            “ É no fim da noite” – característica romântica.
è  A permanência do número sete:
“ Sete anos de procura de D. João.”

Sebastianismo:

       O Sebastianismo é a convicção que D. Sebastião não morrera em Alcácer-Quibir e voltaria em breve, para reclamar o trono que lhe pertencia.
       Na obra Frei Luís de Sousa é feita uma crítica, através do Sebastianismo, ao Portugal da época, isto é, através das personagens Telmo e Maria, que representam o Portugal Velho, aquele que Almeida Garrett pretendia criticar, como um país que acredita profundamente que aquilo que ambiciona um dia vai acontecer, mas simultaneamente fica à espera que aconteça sem implicação da sua responsabilidade.

       Por outro lado, através da personagem Manuel de Sousa Coutinho, Garrett faz referência ao Portugal Novo, aquele que o escritor defende e ambiciona um Portugal futurista, moderno e prometedor, que perante situações incómodas e consideradas injustas, combate para as alterar, que ao contrário do Portugal Velho, não coloca a mudança na mão de outrem fá-lo de forma convicta, desafiando o que quer que seja.


Almeida Garrett - Vida e Obra


João Baptista da Silva Leitão de Almeida Garrett nasceu em 1799 no Porto e faleceu em Lisboa em 1854 .
É provavelmente o escritor português mais completo de todo o século XIX, por nos ter deixado obras-primas na poesia, no teatro e na prosa, inovando a escrita e a composição em cada um destes géneros literários.
A Vida

Na infância recebeu uma formação religiosa e clássica.
Concluiu o curso de Direito em Coimbra, onde aderiu aos ideais do liberalismo.
Em 1823, após a subida ao poder dos absolutistas, é obrigado a exilar-se em Inglaterra onde inicia o estudo do romantismo (inglês), movimento artístico-literário então já dominante na Europa.
Regressa em 1826 e passa a participar na vida política; mas tem de exilar-se novamente em Inglaterra em 1828, depois da contra-revolução de D. Miguel. Em 1832, na Ilha Terceira, incorpora-se no exército liberal de D. Pedro IV e participa no cerco do Porto.
Exerceu funções diplomáticas em Londres, em Paris e em Bruxelas. Após a Revolução de Setembro (1836) foi Inspector-geral dos Teatros e fundou o Conservatório de Arte Dramática e o Teatro Nacional.
Com a ditadura cabralista (1842), Garrett é posto à margem da política e inicia o período mais fecundo da sua produção literária. Durante a Regeneração (1851) recebe o título de visconde e é nomeado Ministro dos Negócios Estrangeiros.
A Obra
-Tem o grande mérito de ser o introdutor do Romantismo em Portugal ao nível da criação textual - processo que iniciou com os poemas Camões  (1825) e D. Branca  (1826).
-Na prosa, evidencia-se O Arco de Sant'Ana , romance histórico, e principalmente as suas célebres Viagens na Minha Terra (1846).
-E quanto ao teatro, deve citar-se Um Auto de Gil Vicente (1838), O Alfageme de Santarém (1841) e sobretudo o famoso drama Frei Luís de Sousa (1844).