Espaço das Leituras

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Estilo Barroco


     “Barroco” foi o nome dado ao estilo artístico que floresceu na Europa, América e em alguns pontos do Oriente entre o início do século XVII e meados do século XVIII. De certa forma o Barroco foi uma continuação natural do Renascimento, porque ambos os movimentos compartilharam de um profundo interesse pela arte da Antiguidade clássica, com a diferença de a interpretarem e expressarem esse interesse de formas distintas.
       O termo "barroco" advém da palavra portuguesa homónima que significa "pérola imperfeita". Foi usado desde a Idade Média pelos escolásticos como um termo mnemónico do silogismo, indicando um raciocínio estranho, tortuoso, que confundia o falso com o verdadeiro.

Características gerais do estilo Barroco:

-O predomínio do emocional sobre o racional;
- Movimento/dinamismo: O artista barroco deseja criar uma sensação constante de movimento;
-Tentativa de conciliação de forças antagónicas: O artista barroco gosta de reunir numa composição várias visões distintas e até antagónicas de um mesmo tema; bem e mal; Deus e Diabo; céu e terra; pureza e pecado; alegria e tristeza; paganismo e cristianismo; espírito e matéria.
-Busca de efeitos decorativos e visuais, através de curvas, contracurvas, colunas retorcidas; entrelaçamento entre a arquitectura e escultura;
-Violentos contrastes de luz e sombra;
-Extravagância e tendência para o excesso: O artista do Barroco dá a mesma importância ao essencial e ao acessório. Daí a minúcia dos detalhes e o gosto pela ornamentação exagerada;
-Teatralidade: O artista quer emocionar o espectador e para tal recorre a processos hiper-realistas e exagerados.

Características da Pintura Barroca:
- Contrastes violentos entre luz e sombra;
- Profundidade;
- Uso da cor para acentuar um carácter dramático no motivo pintado;
- Grandiosidade;
- Pintura com efeitos ilusionistas;
- Suportes mais usados: tela, tectos e paredes, azulejos;
- Temas: retratos, mitologia, religião, anjos, etc.;
- Alguns pintores: Rubens, Velázquez, La Tour, Josefa d’Óbidos, Vermeer, Rembrandt.


 


Características da Escultura Barroca:
- Movimento;
- Dramatismo;
- Representação de sentimentos;
- Suportes mais usados: madeira policromada para decoração de interiores, estátua empedra para adorno de jardins, ouro e prata para as artes decorativas, talha dourada;
- Temas: estátuas equestres, mitologia, religião, anjos,
- Alguns escultores: Machado de Castro, Bernini.

  


Características da Arquitectura Barroca:
- Nova leitura da linguagem clássica (arcos interrompidos, assimetria das fachadas, colunas
simuladas, frontões arredondados nas portas e janelas, etc.);
- Exteriores imponentes;
- Interiores muito decorados (esculturas, pinturas, talha dourada, azulejos).
- Alguns arquitectos. Nasoni, Ludovice, Bernini.








Sermão de Santo António aos Peixes - Padre António Vieira

Resumo do Cap. II - Exposição

   Neste capítulo, o orador anuncia que para que se proceda o discurso com clareza, dividirá o sermão em dois pontos: " (...) no primeiro louvar-vos-ei as vossas atitudes, no segundo repreender-vos-ei os vossos vícios."

   Santo António começa, então, os louvores aos peixes, indo do geral para o particular. Os louvores aos peixes no geral ocupa o cap. II, os louvores em particular são encontrados já no cap. III.

Virtudes dos peixes em geral:
a) "ouvem e não falam"
b) "vós fostes os primeiros que Deus criou"
c) "e nas provisões (...) os primeiros nomeados foram os peixes"
d) "entre todos os animais do mundo, os peixes são os mais e os maiores"
e) "aquela obediência, com que chamados acudistes todos pela honra de vosso Criador e Senhor"
f) "aquela ordem, quietação e atenção com que ouvistes a palavra de Deus da boca do seu servo António. (...) Os homens perseguindo a António (...) e no mesmo tempo os peixes (...) acudindo a sua voz, atentos e suspensos às suas palavras, escutando com silêncio (...) o que não entendiam."
g) "só eles entre todos os animais se não domam nem domesticam"

Sermão de Santo António aos Peixes - Padre António Vieira

Resumo do Cap. I - Exórdio

   No exórdio, o orador realça o papel do pregador e apresenta o exemplo de Santo António que, quando, em Arimino, se viu hostilizado pelos homens, se decidiu a pregar aos peixes.
   A partir do conceito predicável "vós sois o sal da terra": "Santo António foi sal da terra e foi sal do mar."
   É aqui que o Padre António Vieira apresenta a grande ironia que está por detrás de todo o sermão: o pregador finge falar aos peixes, quando, na verdade, se dirige aos ouvintes humanos.

Carta do Achamento do Brasil

     Carta de Pêro Vaz de Caminha, escrita a D. Manuel I em 1500, por altura da descoberta do Brasil pelo navegador Pedro Álvares Cabral. Este é um documento essencial e curiosíssimo de um momento supremo da História e da cultura portuguesas, e, como tal, um paradigma da literatura de viagens do Renascimento e da cultura nova, de base experimental e tendência crítica, na qual, segundo Jaime Cortesão, está contido o «fermento crítico» responsável pelo espírito filosófico do século XVIII.
Trata-se de uma verdadeira carta-narrativa, na qual são descritos a geografia, a fauna, a flora do Brasil, a aparência e a psicologia dos nativos, os métodos e experiências de contacto dos portugueses e as reacções mútuas, obviamente a partir de uma perspectiva etnocêntrica que estuda a nova terra e a população com o objectivo de colher algum proveito: «[Nesta terra] não pudemos saber que haja ouro, nem prata, nem coisa alguma de metal ou ferro, nem lho vimos. A terra, porém, em si é de muito bons ares [...]. Mas o melhor fruto que dela se pode tirar me parece que será salvar esta gente».
A própria «salvação» religiosa da população nativa é capitalizável, na medida em que os portugueses acalentavam então a noção de que a grandiosidade dos seus empreendimentos derivaria do facto de os feitos da sua História se relacionarem com a expansão da fé cristã, e portanto beneficiarem sempre da protecção de Deus. É a mesma concepção providencialista da História portuguesa que encontramos em Os Lusíadas. A expansão era encarada, não só como o alargamento da civilização e da cultura em que o Homem de então mais perfeitamente realizava as suas potencialidades - a portuguesa -, mas também Deus mais dilatava no mundo a sua lei. Numa perspectiva humanista e neoplatónica, portanto, era através da expansão portuguesa que o Homem se aproximava cada vez mais do estatuto divino, o qual, aliás, se cumpre metaforicamente nos cantos finais de Os Lusíadas .
Deste modo, a Carta do Achamento do Brasil é um documento fundamental para a compreensão do Renascimento português, logo, também da História do mundo.

Carta de Pêro Vaz de Caminha, escrita a D. Manuel I em 1500, por altura da descoberta do Brasil pelo navegador Pedro Álvares Cabral. Este é um documento essencial e curiosíssimo de um momento supremo da História e da cultura portuguesas, e, como tal, um paradigma da literatura de viagens do Renascimento e da cultura nova, de base experimental e tendência crítica, na qual, segundo Jaime Cortesão, está contido o «fermento crítico» responsável pelo espírito filosófico do século XVIII.
Trata-se de uma verdadeira carta-narrativa, na qual são descritos a geografia, a fauna, a flora do Brasil, a aparência e a psicologia dos nativos, os métodos e experiências de contacto dos portugueses e as reacções mútuas, obviamente a partir de uma perspectiva etnocêntrica que estuda a nova terra e a população com o objectivo de colher algum proveito: «[Nesta terra] não pudemos saber que haja ouro, nem prata, nem coisa alguma de metal ou ferro, nem lho vimos. A terra, porém, em si é de muito bons ares [...]. Mas o melhor fruto que dela se pode tirar me parece que será salvar esta gente».
A própria «salvação» religiosa da população nativa é capitalizável, na medida em que os portugueses acalentavam então a noção de que a grandiosidade dos seus empreendimentos derivaria do facto de os feitos da sua História se relacionarem com a expansão da fé cristã, e portanto beneficiarem sempre da protecção de Deus. É a mesma concepção providencialista da História portuguesa que encontramos em Os Lusíadas. A expansão era encarada, não só como o alargamento da civilização e da cultura em que o Homem de então mais perfeitamente realizava as suas potencialidades - a portuguesa -, mas também Deus mais dilatava no mundo a sua lei. Numa perspectiva humanista e neoplatónica, portanto, era através da expansão portuguesa que o Homem se aproximava cada vez mais do estatuto divino, o qual, aliás, se cumpre metaforicamente nos cantos finais de Os Lusíadas .
Deste modo, a Carta do Achamento do Brasil é um documento fundamental para a compreensão do Renascimento português, logo, também da História do mundo.
Excerto da Carta do achamento do Brasil 


O que é a Oratória ?

     A Oratória é o termo que designa a arte de falar em público. Constitui uma das variantes do discurso argumentativo.

     Foi em Siracusa que nasceu a arte da oratória. Na antiguidade, Siracusa foi a maior e mais importante cidade da Sicília. Entre as ruínas arquitetônicas, contam-se um teatro grego, um anfiteatro romano, o altar-mor de Híeron II e a cidadela do século IV a.C.

Tearto de Siracusa, Sicília

Texto Argumentativo

     Um texto argumentativo tem como objetivo persuadir alguém das nossas ideias. Deve ser claro e ter riqueza lexical, podendo tratar qualquer tema ou assunto.
     É constituído por um primeiro parágrafo curto, que deixe a ideia no ar, depois o desenvolvimento deve referir a opinião da pessoa que o escreve, com argumentos convincentes e verdadeiros, e com exemplos claros. Deve também conter contra-argumentos, de forma a não permitir a meio da leitura que o leitor os faça. Por fim, deve ser concluído com um parágrafo que responda ao primeiro parágrafo, ou simplesmente com a ideia chave da opinião.
     O texto dissertativo-argumentativo geralmente apresenta uma estrutura organizada em três partes: a introdução, na qual é apresentada a ideia principal ou tese; o desenvolvimento, que fundamenta ou desenvolve a ideia principal; e a conclusão. Os argumentos utilizados para fundamentar a tese podem ser de diferentes tipos: exemplos, comparação, dados históricos, dados estatístico, pesquisas, - enfim tudo o que possa demonstrar o ponto de vista defendido pelo autor, A conclusão pode apresentar uma possível solução/proposta ou uma síntese.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Vida e Obra de Padre António Vieira

           António Vieira nasceu em Lisboa, a 6 de Fevereiro de 1608 e morreu na Baía, no Brasil, a 18 de Julho de 1697. Foi um religioso, escritor e orador português da Companhia de Jesus. Um dos mais influentes personagens do século XVII em termos de política e Oratória. Destacando-se como missionário em terras brasileiras. Nesta qualidade, defendeu incansavelmente os direitos humanos dos povos indígenas combatendo a sua exploração e escravidão. Era por eles chamado de "Paiaçu" – Grande Padre.
António Vieira defendeu também os judeus, a abolição da distinção entre cristãos-novos (judeus convertidos, perseguidos à época pela Inquisição) e cristãos-velhos (os católicos tradicionais), e a abolição da escravatura. Criticou ainda severamente os sacerdotes da sua época e a própria Inquisição.
António Vieira chegou à Baía com seis anos de idade, onde fez os primeiros estudos no Colégio dos Jesuítas em Salvador. Apesar das dificuldades iniciais, veio a tornar-se um brilhante aluno.
Em 1624, na invasão holandesa de Salvador, refugiou-se no interior da capitania, onde iniciou a sua vocação missionária. Um ano depois tomou os votos de castidade, pobreza e obediência. Prosseguiu os seus estudos em Teologia, tendo estudado ainda Lógica, Metafísica e Matemática, obtendo o mestrado em Artes. Foi professor de Retórica em Olinda, ordenando-se sacerdote em 1634. Nesta época já era conhecido pelos seus primeiros sermões, tendo fama de notável pregador.
Após a Restauração da Independência (1640), em 1641 regressou a Lisboa iniciando uma carreira diplomática, pois integrava a missão que ia ao Reino prestar obediência ao novo monarca. Sobressaindo pela vivacidade de espírito e como orador, conquistou a amizade e a confiança de João IV de Portugal, sendo por ele nomeado pregador régio.
Em Portugal havia quem não gostasse das suas pregações em favor dos judeus. Após tempos difíceis, acabou por voltar ao Brasil, missionário no Maranhão e no Grão-Pará, sempre defendendo a liberdade dos índios.
Em 1654, pouco depois de proferir o célebre "Sermão de Santo António aos Peixes" em São Luís, no Estado do Maranhão, o padre António Vieira partiu para Lisboa, junto com dois companheiros, a bordo de um navio da Companhia de Comércio, carregado de açúcar. Tinha como missão defender junto ao monarca os direitos dos indígenas escravizados, contra a cobiça dos colonos portugueses. Após cerca de dois meses de viagem, já à vista da ilha do Corvo, a Oeste dos Açores, abateu-se sobre a embarcação uma violenta tempestade. Após atravessar nova tempestade, o religioso chegou finalmente ao destino, em Novembro de 1654.
Voltou para a Europa com a morte de D. João IV, tornando-se confessor da Regente, D. Luísa de Gusmão. Abraçou a profecia sebastianina e por isso entrou de novo em conflito com a Inquisição que o acusou de heresia com base numa carta de 1659 ao bispo do Japão, na qual expunha sua teoria do Quinto Império, segundo a qual Portugal estaria predestinado a ser a cabeça de um grande império do futuro. Foi expulso de Lisboa, desterrado e encarcerado no Porto e depois encarcerado em Coimbra, enquanto os jesuítas perdiam os seus privilégios. Em 1667 foi condenado a internamento e proibido de pregar, mas, seis meses depois, a pena foi anulada. Com a regência de D. Pedro, futuro D. Pedro II de Portugal, recuperou o valimento.

            Seguiu para Roma, de 1669 a 1675. Encontrou o Papa às portas da morte, mas deslumbrou a Cúria com seus discursos e sermões. Com apoios poderosos, renovou a luta contra a Inquisição, cuja actuação considerava nefasta para o equilíbrio da sociedade portuguesa.

Regressou a Lisboa seguro de não ser mais importunado. Quando, em 1671, uma nova expulsão dos judeus foi promovida, novamente os defendeu. Mas o Príncipe Regente passara a protector do Santo Ofício e recebeu-o friamente. Em 1675, absolvido pela Inquisição, voltou para Lisboa por ordem de D. Pedro, mas afastou-se dos negócios públicos.
            Decidiu voltar outra vez para o Brasil, em 1681. Dedicou-se à tarefa de continuar a coligir os seus escritos, visando à edição completa em 16 volumes dos seus Sermões. As suas obras começaram a ser publicadas na Europa, onde foram elogiadas até pela Inquisição. Em 1694, já não conseguia escrever de próprio punho. Em 10 de Junho começou a agonia, perdeu a voz, silenciaram-se seus discursos. Morre a 18 de Julho de 1697, com 89 anos.
            Deixou uma obra complexa que exprime as suas opiniões políticas, sendo não propriamente um escritor e sim um orador. Além dos Sermões redigiu o Clavis Prophetarum, um livro de profecias que nunca concluiu. Entre os inúmeros sermões, alguns dos mais célebres: o "Sermão da Quinta Dominga da Quaresma", o "Sermão da Sexagésima", o "Sermão pelo Bom Sucesso das Armas de Portugal contra as de Holanda", o "Sermão do Bom Ladrão","Sermão de Santo António aos Peixes" entre outros.

"Manifesto de Barack Obama aos alunos"

"Apesar de tudo isso, as circunstâncias da vossa vida - o vosso aspecto, o sítio onde nasceram, o dinheiro que têm, os problemas da vossa família - não são desculpa para não fazerem os vossos trabalhos nem para se portarem mal. Não são desculpa para responderem mal aos vossos professores, para faltarem às aulas ou para desistirem de estudar. Não são desculpa para não estudarem."

Com este excerto, Obama chama a atenção dos jovens para não arranjarem desculpas para não estudarem. Para não colocarem as culpas dos seus insucessos nos problemas que a vida por vezes lhes coloca. Mostra ainda que sabe que nem tudo na vida é facil mas que é preciso ser-se forte para ultrapassar todos os obstáculos.

"Não tenham medo de fazer perguntas. Não tenham medo de pedir ajuda quando precisarem. Eu todos os dias o faço. Pedir ajuda não é um sinal de fraqueza, é um sinal de força. Mostra que temos coragem de admitir que não sabemos e de aprender coisas novas. Procurem um adulto em quem confiem - um pai, um avô ou um professor ou treinador - e peçam-lhe que vos ajude."

Obama apela aos jovens que não tenham medo de perguntar o que não sabem, de questionar o "porquê" das coisas, pois só assim se consegue aprender. Ensina que pedir ajuda não é um acto vergonhoso mas sim um acto de coragem, que nos pode levar muito longe, nesta caminhada que é a nossa vida e também o nosso futuro.